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SECRETARIA DE ESTADO
DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA
EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE
POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha
de Identificação - Artigo Final
Professor PDE/2012
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Título
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Despertando
o interesse dos alunos pela leitura e produção textual a partir de crônicas
engraçadas
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Autor
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Eloir
Wronski
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Escola
de Atuação
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Colégio
Estadual Padre Anchieta – EFM
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Município
da Escola
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Salgado
Filho
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Núcleo
Regional de Educação
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Francisco
Beltrão
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Professor
Orientador
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Greice da Silva Castela
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Instituição de Ensino Superior
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Unioeste
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Disciplina/Área
de ingresso no PDE
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Língua
Portuguesa
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Resumo:
(de 100 a 250 palavras, fonte
Arial, tamanho 10 e espaçamento simples).
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Este artigo é fruto de nossa participação
no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), do governo do Estado do
Paraná. O objetivo é apresentar o trabalho realizado em aulas de Língua
Portuguesa em três oitavos anos do Ensino Fundamental: dois no período
matutino e um no período vespertino em um colégio da rede estadual de ensino
em Salgado Filho, Paraná, a fim de desenvolver nos estudantes estratégias de
leitura para melhorar sua compreensão leitora. Para isso, foi utilizada uma
unidade didática, que elaboramos, intitulada “Despertando o interesse dos alunos pela leitura e
produção textual a partir de crônicas engraçadas”, contendo cinco
crônicas, sendo duas de Fernando Sabino e três e Luis Fernando Veríssimo. O
gênero contemplado nesse material aborda a necessidade do uso do humor em
sala de aula como instrumento para a reflexão e compreensão do mundo que nos
rodeia, buscando a interação com a realidade e a discussão com os colegas e o
professor sobre o gênero em questão e também conhecerem as estratégias de
leitura e fizeram uso delas para auxiliá-los na compreensão dos textos
lidos. Observou-se que, no decorrer da
aplicação dos materiais produzidos na proposta didático-pedagógica os alunos
demonstraram grande interesse em participar e desenvolveram as atividades propostas
com êxito e satisfação, buscando sempre a cooperação com o professor e demais
colegas. As tecnologias ajudam muito em focar o aluno nos conteúdos
programáticos da disciplina.
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Palavras-chave
( 3 a 5 palavras)
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Crônicas
engraçadas; leitura; escrita.
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DESPERTANDO
O INTERESSE DOS ALUNOS PELA LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL A PARTIR DE CRÔNICAS
ENGRAÇADAS
Eloir Wronski[1]
Greice
da Silva Castela[2]
RESUMO:
Este
artigo é fruto de nossa participação no Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE), do governo do Estado do Paraná. O objetivo é apresentar o trabalho
realizado em aulas de Língua Portuguesa em três oitavos anos do Ensino
Fundamental: dois no período matutino e um no período vespertino em um colégio
da rede estadual de ensino em Salgado Filho, Paraná, a fim de desenvolver nos
estudantes estratégias de leitura para melhorar sua compreensão leitora. Para
isso, foi utilizada uma unidade didática, que elaboramos, intitulada “Despertando o interesse dos alunos
pela leitura e produção textual a partir de crônicas engraçadas”, contendo cinco
crônicas, sendo duas de Fernando Sabino e três e Luis Fernando Veríssimo. O
gênero contemplado nesse material aborda a necessidade do uso do humor em sala
de aula como instrumento para a reflexão e compreensão do mundo que nos rodeia,
buscando a interação com a realidade e a discussão com os colegas e o professor
sobre o gênero em questão e também conhecerem as estratégias de leitura e
fizeram uso delas para auxiliá-los na compreensão dos textos lidos. Observou-se que, no decorrer da aplicação dos
materiais produzidos na proposta didático-pedagógica os alunos demonstraram
grande interesse em participar e desenvolveram as atividades propostas com
êxito e satisfação, buscando sempre a cooperação com o professor e demais
colegas. As tecnologias ajudam muito em focar o aluno nos conteúdos
programáticos da disciplina.
Palavras-chave: Crônicas
engraçadas. Leitura. Produção Textual.
1.
INTRODUÇÃO
Este artigo conclui a nossa
participação no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). Neste período,
inseridos no programa, dedicamo-nos à leitura de teóricos que abordassem em
suas obras questões sobre o ensino da leitura e o uso de crônicas engraçadas em
sala de aula, buscando estratégias para incentivar o gosto e o hábito pela
leitura. Assim, o objetivo é apresentar o trabalho realizado com três oitavos
anos Ensino Fundamental: dois no período matutino e um no período vespertino em
um colégio da rede estadual de ensino em Salgado Filho, Paraná, a fim de
desenvolver nos estudantes estratégias de leitura para melhorar sua compreensão
leitora.
Percebe-se que o professor de Língua
Portuguesa, em seu trabalho diário, vem encontrando inúmeras dificuldades na
prática da leitura. Os alunos pouco lêem e o que lêem não se refere somente à
leitura prazer. O problema encontra-se desde a leitura de um mero enunciado em
que se pode perceber que o aluno decodifica, porém não compreende e, portanto,
não é capaz de resolver a atividade. Assim, o objetivo desse trabalho foi produzir
um material-didático que abordasse a prática da leitura, usando como meio as
crônicas engraçadas de Fernando Sabino e Luis Fernando Veríssimo, pois precisamos transformar nossos alunos
em leitores autônomos “capazes de aprender a partir dos textos” (SOLÉ, 1998,
p.72). E uma forma de ajudá-los a adquirir essa autonomia é através das
estratégias de leitura. Sendo estas, o objetivo principal desse trabalho.
Uma das formas de desenvolver esse
trabalho nas aulas de leitura é, segundo Solé (1998), trabalhar as etapas de
leitura: pré-leitura, leitura e pós-leitura. A pré-leitura é caracterizada com
as atividades que o professor promove para despertar o interesse dos alunos
pelo texto que será lido, como questionamentos sobre o assunto do texto e
contextualização do texto com a realidade do educando. A leitura é o momento no
qual o leitor interage com o texto construindo sentidos. Por fim, a pós-leitura
é o momento em que o leitor emite seu ponto de vista sobre o assunto lido, responde
questões de compreensão leitora e realiza produção textual. Esta é uma divisão
didática, pois nada impede que uma atividade realizada antes possa ser
realizada também durante a leitura ou depois.
Pensando nessas questões, elaboramos
e aplicamos a produção-didática: “Despertando
o interesse dos alunos pela leitura e produção textual a partir de crônicas
engraçadas”, na qual
trabalhamos com cinco crônicas engraçadas envolvendo varias temáticas, pois se
acredita que, sendo a crônica engraçada, um texto curto, baseado em fatos do
cotidiano e tendo como pano de fundo o humor, os discentes se interessem mais
pela leitura e assim se tornem leitores assíduos. Em todas as atividades
realizadas com este gênero textual, procuramos ensinar aos alunos estratégias
que os auxiliassem na compreensão dos textos.
A fim de socializar a base teórica
que sustenta este trabalho e relatar o trabalho realizado na escola e seus
resultados, dividimos este artigo nos seguintes itens: a importância da
leitura, objetivos da leitura na escola, bons leitores produzem textos com mais propriedade, o humor como mecanismo de ensino e aprendizagem, a leitura
de crônicas e textos humorísticos em sala de aula, elaboração do material didático,
relato sobre a implementação e considerações finais.
2. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
Infelizmente, em nossas escolas a leitura, muitas
vezes, é deixada de lado para priorizar a escrita, o que acaba privando o aluno
da busca pelo saber. Para Cagliari:
A
atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a
leitura. É muito mais importante saber ler do que saber escrever. O melhor que
a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura. Se um
aluno não se sair muito bem nas outras atividades, mas for um bom leitor, penso
que a escola cumpriu em grande parte sua tarefa. Se, porém, outro aluno tiver
notas excelentes em tudo, mas não se tornar um bom leitor, sua formação será
profundamente defeituosa e ele terá menos chance no futuro do que aquele que,
apesar das reprovações, se tornou um bom leitor (CAGLIARI, 1990, P. 148).
De
acordo com Cagliari, a leitura é fundamental para a formação dos alunos, pois é
uma atividade de assimilação de conhecimento, de interiorização e
principalmente de reflexão. Através dela o aluno tem acesso aos mais diversos
assuntos que lhe permitem analisar os acontecimentos que o cercam. É o que
afirma Riche (1994, p. 207), “O
ato de ler abre novas perspectivas ao estudante permitindo-lhe posicionar-se
criticamente diante da realidade”.
A
leitura propicia descobertas que levam o educando a interpretar o mundo e sua
evolução, e por meio desta, forma o seu conceito da realidade. Como ressalta
Cagliari,
Há um descaso enorme pela leitura de textos, pela programação
dessa atividade na escola, no entanto, a leitura deveria ser a maior herança
legada pela escola aos alunos, pois ela, e não a escrita, será fonte perene da
educação, com ou sem a escola (CAGLIARI, 1990, p. 173).
Portanto, a leitura não pode ser
uma atividade secundária em sala de aula, a qual o(a) educador(a) e a escola
não enfatizam para trabalhar problemas da escrita.
Se
o ato de ler não se desenvolve, talvez o aluno não esteja sendo desafiado a
desenvolver suas potencialidades, pois a formação de leitores competentes leva
a formação de escritores, já que a possibilidade de produzir textos eficazes
tem sua origem na prática da leitura, que nos fornece a matéria-prima para a
escrita: o que escrever. Sendo assim, não haverá bons escritores se estes não
forem bons leitores.
A
leitura e a escrita, práticas complementares fortemente relacionadas, são
efetivadas por meio do texto, o qual implica, sobretudo, a compreensão e
expressão de significados. É no texto que a linguagem-atividade humana,
histórica e social, desempenha sua função interlocutora, dialógica. Ler o texto
significa, pois, atribuir sentido àquilo que ele diz, mantendo com o autor um diálogo
profícuo.
Para
Silva
A
leitura ocupa, sem dúvida, um espaço privilegiado não só no ensino da língua
portuguesa, mas também no de todas as disciplinas acadêmicas que objetivam a
transmissão de cultura e de valores para as novas gerações. Isso porque a
escola é, hoje e desde há muito tempo, a principal instituição responsável pela
preparação de pessoas para o adentramento e a participação no mundo da escrita,
utilizando-se primordialmente de registros verbais escritos (textos) em suas
práticas de criação e recriação de conhecimentos. (SILVA, 2005, p.16)
Diante
do exposto, todos os professores de todas as disciplinas precisam priorizar a
leitura, considerando que esta é o caminho principal para o desenvolvimento
intelectual da criança em desenvolvimento de seus conhecimentos acadêmicos. A
escola enquanto instituição social tem o papel de propiciar condições para que
o aluno possa adquirir um conhecimento significativo. Isso se concretizará
quando o professor assumir sua responsabilidade na formação de cidadãos com
competência leitora.
3. OBJETIVOS DA LEITURA NA ESCOLA
Segundo as Diretrizes Curriculares do
Estado do Paraná de Língua Portuguesa (DCE),
É
tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas
sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de
inseri-los nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse
papel, o sujeito ficará à margem dos novos letramentos, não conseguindo se
constituir no âmbito de uma sociedade letrada (PARANÁ, 2008, p.48).
A
leitura deve constituir a captação de significados, numa crescente comunicação
entre o leitor e o texto, levando o leitor a aprender, descobrir, reconhecer e
utilizar os sinais da linguagem, no entanto, constata-se cada vez mais que os
alunos do ensino fundamental não possuem hábitos de leitura. Raramente comentam
o que leem com colegas ou professores, pois leem sem finalidades, e além do
mais, a leitura vem sendo apresentada sob uma forma de opressão retirados das
bibliotecas diariamente. Para Solé
Um dos
múltiplos desafios a ser enfrentado pela escola é o de fazer com que os alunos
aprendam a ler corretamente. Isto é lógico, pois a aquisição da leitura é
imprescindível para agir com autonomia nas
sociedades letradas, e ela provoca uma desvantagem profunda nas pessoas
que não conseguiram realizar essa aprendizagem (SOLÉ, 1998, p. 32).
Dificilmente
se encontram estudantes discutindo entre si, ou com professores, algum livro
lido. E quando o fazem deixam-se levar por impressões subjetivas e emocionais
para defender um ponto de vista, da moda, dos lugares comuns e do precioso, não
sabendo distinguir entre impressões e realidade. Segundo Teril (1998, p. 28) “A
leitura está tornando-se o modo de comunicação menos procurado e visto o mais
ingrato de todos”. Para que isso
venha a mudar é preciso que a escola se transforme num espaço de leitura prazerosa,
desenvolvendo a compreensão do aluno frente a diversos tipos de textos. E para
que isso ocorra o professor deve ser o mediador entre o leitor e o texto,
contribuindo assim para a formação de leitores.
Além
disso, sem finalidades, dificilmente sabem por que leem, sendo comum encontrar
jovens a ler um texto, em voz alta, com perfeita pronúncia e pontuação correta,
mas se for solicitado para comentar sobre o lido, não são capazes. Essa pessoa,
na verdade, não lê, pois ler não é decifrar, como nem um jogo de adivinhações,
o sentido de um texto, e nem consiste na captação de significados, numa
crescente comunicação entre o leitor e o texto, como nos coloca Cagliari (1990,
p. 155), “Por leitura entende-se toda manifestação linguística que uma pessoa
realiza para recuperar um pensamento formulado por outra e coloca em forma
escrita”.
Outro
equívoco frequente é a leitura sob forma opressora, estática, mecânica,
fragmentada e isolada da realidade. Por isso, raramente se encontram alunos
numa biblioteca, e quando se encontram é para a aprendizagem, pois é sabido que
as pesquisas não passam de cópias de trechos de algum livro. Não são capazes
de, a partir de uma pesquisa, atribuir-lhe uma significação, não relacionando o
conteúdo lido com a realidade e, consequentemente, não conseguindo integrar-se
às leituras, rebelando-se contra ela, pois não conseguem posicionar-se diante
do problema. Para Cagliari (1990, p. 148), “A leitura é a extensão da escola
na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser
conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do
que qualquer diploma”.
Dessa
forma, somos levados a acreditar que o nosso aluno, precisa aprender o prazer
da leitura para adquirir o hábito de ler e precisa querer sentir necessidade de
decifrar o meio através da leitura para torná-la viável como um processo de
relação entre o domínio da mecânica e do pensamento, selecionando o que lhe
permita inúmeras experiências, como falar, observar, experimentar, registrar e
principalmente viver com intensidade e satisfação. É importante salientar que
os primeiros contatos com a leitura são fundamentais para a criação do hábito
de leitura, ou seja, do bom um leitor para vida inteira.
4. BONS LEITORES
PRODUZEM TEXTOS COM MAIS PROPRIEDADE
De acordo com as DCE, “No ato de leitura, um texto leva a
outro e orienta para uma política de singularização do leitor que, convocado
pelo texto, participa da elaboração dos significados, confrontando-o com o
próprio saber, com a sua experiência de vida.” (PARANÁ,2008, p. 57). Assim, a escola por ser um
ambiente social deve proporcionar condições para que os alunos possam interagir
e experimentar situações que desenvolvam sua capacidade de comunicação,
seja no discurso oral ou escrito.
O professor deve organizar ações que desenvolvam o
senso crítico e reflexivo do aluno, motivando-o para a leitura. É fundamental a
escolha de textos que abordem temas que ampliem o universo cultural, com
também, os valores humanos. Nesse sentido, o gênero textual crônica engraçada
possibilita análises e discussões interessantes, por se tratar de um gênero que
aborda temas do cotidiano. As crônicas engraçadas podem, ainda, despertar o
prazer de ler nos alunos, sendo assim a exploração deste gênero pode constituir
uma forma de ação social, portanto, condizente com uma concepção
sociodiscursiva do ensino da Língua Portuguesa. Quanto mais domínio os alunos
tiveram sobre os mais variados gêneros textuais, mais competência terão para produzirem
textos nesses gêneros.
A leitura é fundamental para a formação dos alunos,
é uma atividade de assimilação de conhecimento, de interiorização e
principalmente de reflexão. Escola e professor têm uma tarefa árdua todos
os dias, o desafio de levar os alunos a adquirir o hábito de leitura, de fazer
com que eles sintam a necessidade e o prazer de ler, assim o processo de
assimilação, de conhecimento, de interiorização e de reflexão se concretizará
de modo prazeroso.
Para que tal processo se concretize devem-se buscar
estratégias, infelizmente é cultural o fato dos alunos não gostarem de ler
textos longos, assim, as atividades a partir das crônicas vêm ao encontro;
textos curtos, temas do cotidiano, linguagem atual e quando com ingredientes
que destaca o humor o interesse e a aprendizagem tornam-se motivadores, pois
para Solé (1998) as situações de leitura mais motivadoras também são as mais
reais, aquelas em que a criança lê para se libertar, para sentir o prazer de
ler.
Portanto, pode-se
afirmar que para despertar o interesse dos alunos pela leitura e produção
textual é necessário o prazeroso e o motivador, levando ao desenvolvimento do
raciocínio e a reflexão, formando assim o pensamento crítico.
Nos dias atuais, a
comunicação é rápida, com novas organizações de mensagens verbais e não verbais
e exige do aluno o domínio de diferentes linguagens. O professor de Língua
Portuguesa enfrenta um grande desafio em sala de aula que é despertar
o interesse pela leitura. Diante das dificuldades vivenciadas pelos
alunos para a realização de leitura e produção de textos, observa-se a
necessidade de novas metodologias de ensino para despertar no educando o gosto
pela leitura, para isso, é o professor que deve ser o mediador entre o leitor e
o texto, ação que contribuirá para a formação de bons leitores.
A leitura é um instrumento valioso para a
apropriação de conhecimentos do mundo exterior do aluno e de seu
autoconhecimento. Devido à necessidade de leitura e compreensão, todos os
professores de todas as disciplinas devem priorizar a leitura, considerando que
este é o caminho para o desenvolvimento intelectual.
Neste processo de ensino aprendizagem é fundamental
que o professor faça o planejamento das aulas com responsabilidade,
para apresentar ao aluno experiências que desenvolva seu raciocínio
através da leitura e escrita. A utilização de textos humorísticos é um rico
gênero que poderá contribuir para a formação de um cidadão crítico, o
qual desenvolve habilidades de raciocínio por meio de situações prazerosas
e motivadoras ao aluno.
Na revista Nova
Escola Online (revistaescolaabril.com.br)
Rodrigo Ratier comenta:
No Brasil, um em cada dez brasileiros com 15 anos ou mais não sabe ler
e escrever. Uma vergonha que encobre outras realidades não tão evidentes, mas
igualmente dramáticas. Como o fato de que dois terços da população entre 15 e
64 anos é incapaz de entender textos longos, localizar informações específicas,
sintetizar a ideia principal ou comparar dois escritos. O problema não é
reflexo apenas de baixa escolarização: segundo dados do Instituto Paulo
Montenegro, ligado ao Ibope, mesmo considerando a faixa de pessoas que cursaram
de 5ª a 8ª série, apenas um quarto delas é plenamente alfabetizado. A conclusão
é que, na escola, os alunos aprendem a ler - mas não compreendem o que leem.
Apesar de vivermos em um país que não apoia a leitura com estratégias que
busquem reduzir o custo de boas obras ou até de leituras cotidianas (revistas,
jornais...) os professores e alguns governos estão em constante formação e
apresentação de projetos que visam estimular o prazer pela leitura e mostrar
que é por meio dela que conseguiremos ser cidadãos conscientes em nossa
sociedade.
Toda escola pública comprometida
com a qualidade do processo ensino aprendizagem precisa garantir às crianças,
aos jovens e aos adultos o domínio de competências de leitura e escrita
necessárias para a participação autônoma nas diferentes práticas sociais.
A escola
deve se preocupar principalmente, com o ensino da modalidade escrita; embora
não deva ignorar a oralidade. Como afirma Marcuschi, “já se cuida mais
da presença de uma maior diversidade de gêneros, de um tratamento mais adequado
da oralidade e da variação linguística, bem como de um tratamento mais claro da
compreensão” (MARCUSCHI, 2008, p. 53).
Nesse
contexto, a produção de textos orais e escritos é fundamental no estudo da
Língua Portuguesa. As atividades de produção de texto precisam fazer sentido
para os alunos e devem basear-se em situações contextualizadas.
Ainda
segundo Marcuschi,
Se a escola tem como missão primária levar o
aluno a bem se desempenhar na escrita, capacitando-o a desenvolver textos em
que os aspectos formal e comunicativo estejam bem conjugados, isto não deve
servir de motivo para ignorar os processos da comunicação oral (MARCUSCHI,
2008, p. 53).
Ao desenvolver um texto escrito, o aluno, faz as vezes do
falante e do ouvinte concomitantemente. Ensinar os fatos e o funcionamento da
língua por meio do texto é uma forma natural de acesso à língua. Na escola, o
texto deve ser objeto de ensino e aprendizagem. É necessário trazer para dentro
da sala de aula as práticas cotidianas, as situações reais de comunicação, que
despertem no aluno o desejo e a necessidade de participar e de se fazer
presente por meio da leitura e da escrita, criando situações em que a escrita
tenha função social.
Não
basta o aluno produzir para unicamente mostrar o que sabe e o professor
avaliar. É preciso que o aluno tenha clareza do contexto da situação
comunicativa, que sua escrita tenha uma função social, não seja simplesmente
escrever por escrever, somente para obter nota. E essa prática requer um
trabalho planejado pelo professor, e sua atuação e mediação são essenciais.
Nesse
sentido, Kaufman e Rodríguez afirmam que,
os
leitores não se formam com leituras escolares de materiais escritos elaborado
expressamente para a escola com a finalidade de cumprir as exigências de um
programa. Os leitores se formam com a leitura de diferentes obras que contêm
uma diversidade de textos que servem, como ocorre nos contextos
extra-escolares, para uma multiplicidade de propósitos (informar, entreter,
argumentar, persuadir, organizar atividades, etc.) (KAUFMAN & RODRÍGUEZ,
1995, p.21).
Na escola a escrita precisa ser valorizada,
contextualizada e cumprir uma função social para não se tornar um mero
exercício para preencher o tempo e os alunos não a entenderem como privilégio
de alguns.
A
forma de propor atividades com a escrita interfere de modo significativo nos
resultados alcançados. De acordo com as DCE, “é desejável que as atividades com
a escrita se realizem de modo interlocutivo, que elas possam relacionar o dizer
escrito às circunstâncias de sua produção, isso implica o produtor do texto
assumir-se como locutor” (PARANÁ, 2008, p.70).
5. A LEITURA DE CRÔNICAS E TEXTOS HUMORÍSTICOS EM SALA DE AULA
A leitura é fundamental para a construção do sujeito crítico, para a sua
formação enquanto indivíduo de deveres e direitos, participante de uma
sociedade complexa. A leitura de um texto implica na leitura de mundo: o texto
e o contexto. Leitor crítico é aquele que realiza inferências, analogias, que
apresenta conhecimentos prévios.
Leffa, ao propor
uma definição de leitura, afirma que:
A leitura é um
processo, feito de múltiplos processos, que ocorrem tanto simultânea como
sequencialmente; esses processos incluem desde habilidades de baixo nível,
executadas de modo automático na leitura proficiente, até estratégias de alto
nível, executadas de modo consciente.(LEFFA, 1996, p. 17 – 18)
A
leitura que não vai além da simples decodificação, dá lugar a leituras
dispensáveis, pois não modifica a visão do aluno em nada. O aluno precisa ter a
intenção de ler determinado texto, pois a leitura não é uma prática isolada,
sem objetivos, descontextualizada. Sendo assim, as crônicas de humor busca, de
maneira divertida, refletir fatos da realidade em que os educandos estão
inseridos, facilitando a aprendizagem e consolidando o gosto pela leitura.
Para Solé (1998, p. 91), “as situações de leitura mais motivadoras
também são as mais reais, aquelas em que a criança lê para se libertar, para
sentir o prazer de ler”. Neste caso, é importante iniciar o trabalho com
textos humorísticos desde o ingresso da criança em sala de aula, aprofundando
no decorrer de sua vida escolar.
O
professor tem que ser o mediador entre o texto e o aluno, estabelecendo para
ele, a princípio, estes objetivos, fazendo interferências oportunas para suprir
a defasagem do conhecimento prévio, fazendo analogias e apresentando o contexto
para o aluno, por meio do diálogo e das estratégias bem fundamentadas de
leitura.
Kleiman
(2004) mostra que alguns textos, inicialmente incompreensíveis, só são
possíveis de serem compreendidos quando o conhecimento prévio é ativado. A
autora salienta que, nesse caso, o texto permanece o mesmo, o que ocorre é uma
modificação na compreensão ocasionada pela ativação do conhecimento já adquirido,
isto é, "devido à procura na memória (que é nosso repositório de
conhecimentos) de informações relevantes para o assunto, a partir de elementos
formais fornecidos no texto". (KLEIMAN 2004, p.22)
A
escolha do texto que vai ser trabalhado e dos objetivos a serem atingidos, deve
ser primorosa quando se tem em vista, especialmente o estímulo à leitura, o
despertar do aluno para a leitura, a sedução do mesmo para o universo da
literatura e da escrita. Nesse sentido, a utilização do texto humorístico pode
contribuir muito para a formação de um cidadão crítico, pois constitui
importante auxiliar no desenvolvimento das habilidades de raciocínio, através
de situações prazerosas e motivadoras.
O
humor inteligente leva o indivíduo a realizar inferências, comparar,
confrontar, formular hipóteses, buscando refletir sobre as causas motivadoras
do riso. Portanto, a utilização do texto humorístico pode contribuir muito para
a formação de um leitor crítico, lendo e escrevendo com mais desenvoltura. Além
disso, desenvolve habilidades de raciocínio, através de situações prazerosas e
motivadoras.
Quando
a intenção é despertar o aluno, os textos humorísticos são a melhor estratégia.
Segundo Raths (1977), o professor deve oferecer às crianças, atividades, cujo
objetivo seja fazer anotações, descrever e comparar. Portanto, o texto cômico,
especialmente as crônicas de humor, por suas características de leveza e
concisão, podem ser as grandes facilitadoras desse trabalho, levando o aluno a
raciocinar em torno de uma leitura crítica da realidade.
Por
meio de discussões, comentários, analogias e inferências, ele vai construindo
também noções eficazes dos procedimentos de leitura e escrita. É preciso
começar com textos que o despertem para a leitura e, ao mesmo tempo, lhe
estimule a reflexão. Quanto à motivação para os textos de estrutura mais
complexa, acontecerá de forma natural, se o caminho feito a partir das crônicas
e textos de humor tiver atingido o seu objetivo, permitindo que o trajeto da
leitura escolar seja percorrido de forma estimulante e prazerosa.
Ao iniciar as
leituras por textos engraçados, é possível fazer com que os alunos se
interessem em buscar novas leituras, buscando o prazer através dos livros e
outros meios que oferecem este tipo de experiência. Sendo assim o ser humano é
inteligente e curioso, saciando a sua
curiosidade por meio da leitura e cabe ao professor e a escola despertar essa
curiosidade nos alunos para torná-los leitores assíduos e críticos para o resto
de suas vidas.
6. ELABORAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
Elaboramos uma
unidade didática com a intenção de possibilitar aos professores do oitavo ano
do ensino fundamental um roteiro de exploração didática de leitura e escrita de
algumas crônicas engraçadas de Fernando Sabino e Luis Fernando Veríssimo, de
modo a possibilitar aos alunos conhecer e interagir no mundo da ficção que se
mescla à realidade, gerando novas possibilidades de compreensão e de uma
postura crítica frente às ideologias e valores que movem a sociedade atual.
Nossa meta
principal é desenvolver nos alunos, leitores em formação, a capacidade de
leitura e compreensão de textos engraçados que se relacionam com o cotidiano do
educando. As crônicas engraçadas possibilitam isso, desenvolvendo a criticidade
dos educandos a partir de uma leitura prazerosa.
Para as DCE, a
literatura, como produção humana, está intrinsecamente ligada à vida social. O
entendimento do que seja o produto literário está sujeito a modificações
históricas, portanto, não pode ser apreensível somente em sua constituição, mas
em suas relações dialógicas com outros textos e sua articulação com outros
campos: o contexto de produção, a crítica literária, a linguagem, a cultura, a
história, a economia, entre outros (PARANÁ, 2008).
Sendo a
leitura um ato dialógico, o leitor tem papel ativo nesse processo. Ele precisa
aprender o sentido do texto, não basta decifrar as palavras, é necessário haver
a compreensão do significado das mesmas, visto que, ler é, acima de tudo,
compreender.
Ao primeiro contato com um texto, por mais simples que
ele pareça, normalmente o leitor confronta-se com a dificuldade de “encontrar
unidade por trás de tantos sentidos que ocorrem na superfície” (FIORIN, 1996,
p.35). Portanto, há a necessidade de se desenvolver um percurso partindo dos
significados superficiais para significados cada vez mais abstratos e
profundos. E, ainda, segundo o mesmo autor: “o leitor perspicaz é aquele que
consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode passar por cima de
significados importantes e decisivos ou, o que é pior, pode concordar com
coisas que rejeitaria se as percebesse” (FIORIN, 2007, p.241).
Todavia, para
haver essa compreensão semântica dos signos linguísticos também são
fundamentais alguns conhecimentos prévios do leitor – como vocabulário,
conceitos sobre texto, acervo pessoal do leitor... Dessa forma, utilizando
esses diversos tipos de conhecimento, consegue-se uma leitura satisfatória,
pois se alcança a compreensão daquilo que lê.
Para Citelli, autor que sinaliza a função de mediação que
as palavras comportam, nós “iremos viver e aprender em contato com outros
homens, mediados pelas palavras que irão nos informar e formar. As palavras
serão por nós absorvidas, transformadas e reproduzidas, criando um circuito de
formação e reformulação de nossas consciências” (CITELLI, 2001, p.28).
Para acontecer formação, transformação e reformulação de
nossas consciências a partir de leituras é necessário que o leitor seja
comprometido com aquilo que lê, isto é, ele precisa manter um posicionamento
crítico acerca do que lê, não apenas passivo. Posto que, nesse âmbito, o leitor
consegue ser tocado pela leitura.
Percebemos assim, que a leitura é um processo interativo
e instrumento essencial para levar o ser humano a entender e modificar o mundo
em que vive.
7. RELATO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO
A implementação ocorreu
com três turmas de oitavos anos do Ensino Fundamental, totalizando 87 alunos. Duas
turmas no período matutino e uma turma no período vespertino. Os trabalhos
foram realizados durante os meses de março e abril de 2013, utilizando quatro
aulas semanais em cada uma das turmas em que a implementação foi realizada,
totalizando trinta aulas.
Quando
se iniciou o primeiro semestre de 2013, tanto os alunos da 8º A e 8ºB
(matutino) quanto os alunos da 8º C (vespertino) foram informados sobre o
projeto e de como seu desenvolvimento aconteceria. Após quinze dias de
convivência, demos início ao trabalho utilizando a produção didático-pedagógica
“Despertando o interesse dos alunos
pela leitura e produção textual a partir de crônicas engraçadas”.
A primeira ação foi um panorama realizado pelo professor
aos alunos sobre crônica e sobre humor. Depois estes foram encaminhados ao
laboratório de informática para pesquisa sobre esse assunto e usando o laboratório
assistimos no you tube um vídeo com
entrevista de escritores. Em seguida retornamos à sala de aula e promovemos uma
discussão sobre o assunto pesquisado e o vídeo assistido. Percebemos que a
grande maioria dos alunos gosta muito de frequentar o laboratório de
informática e ler textos engraçados, porém muitos educandos em dificuldades em
manusear as tecnologias.
Quando
indagados sobre “O que é ler?”, a maioria dos alunos disse que ler é adquirir
conhecimento. Comentamos sobre o que é ler, apresentamos-lhes o conceito de
estratégias de leitura e lhes explicamos como seria o nosso trabalho.
O próximo passo iniciou-se com uma atividade de
pré-leitura da crônica “Flagelo do Vestibular” de Luis Fernando Veríssimo, com
o objetivo de fazer uma introdução dessa crônica. Verificamos que as atividades
de pré-leitura despertam no aluno o interesse pela leitura. Em seguida realizamos
a leitura e a dramatização desta crônica, e nos surpreendemos com a
criatividade dos alunos nas apresentações.
Voltamos ao laboratório de informática para pesquisar a vida e a obra do
autor, onde se observou que os alunos se detêm mais em uma pesquisa usando as
tecnologias. E para finalizar foi feito um estudo da crônica e uma produção de
uma crônica humorística. Observamos que esta crônica não é muito apropriada
para ser trabalhada nos oitavos anos, pois o vestibular está ainda longe da
realidade destes alunos.
A próxima ação foi trabalhar com atividades de
pré-leitura sobre o tema da crônica e leitura silenciosa do texto “O povo” de
Luis Fernando Veríssimo, fazendo uma reflexão e um debate sobre este tema,
observando os recursos estilísticos usados no texto como: ironia, humor,
linguagem visual e feito um estudo da crônica e uma produção textual, onde os
alunos se dedicaram, pois a crônica fala sobre a realidade de muitos.
Em seguida foi feito a troca dos textos entre os alunos
para correções e sugestões, voltando os textos aos seus autores para
reestruturação, observando as correções e sugestões dos colegas, propiciando
aos alunos a interação entre eles e, sendo assim, a seriedade com que os
educando sugeriram e aceitaram as sugestões dos colegas, melhorando ainda mais
suas produções. Feitas as correções encaminhamos os alunos para o laboratório
de informática para a digitação dos textos em slides., onde alguns alunos
sentiram dificuldades em fazer os slides, mas tiveram a ajuda de seus colegas,
conseguindo assim todos concluírem com seu trabalho. Voltando a sala de aula
foi feita a refacção textual com o professor e os colegas usando a TV Pendrive,
onde todos os educandos contribuíram com sugestões nos textos dos colegas e até
mesmo nos próprios textos.
Em outra atividade, trabalhamos com as crônicas “Como
comecei a escrever” e “A última crônica”, de Fernando Sabino. O primeiro passo
dessa atividade foi levar os alunos ao laboratório de informática para
pesquisar sobre a vida e a obra do autor, por ser um trabalho de pesquisa no
laboratório de informática os alunos se dedicaram muito na pesquisa. Em seguida
realizamos atividades de pré-leitura sobre o assunto das crônicas e leitura das
mesmas. Dividimos a sala em pequenos grupos de alunos para ler novamente a
crônica e escolher um parágrafo em que o cronista mexeu com suas emoções para
apresentar e discutir com os demais colegas.
Dando continuidade aos estudos das crônicas fizemos
questionamentos e debates sobre os textos e solicitamos produção textual e
depois este foi trocado entre os colegas para que pudessem fazer as correções e
sugestões pertinentes, sendo a ideia bem acatada e levada a sério pelos alunos.
Em seguida digitaram-se os textos, usando a sala de informática, dispondo-os no
compartilhamento público para a reestruturação com o professor e os colegas.
Enfim foram lidos os textos para a apreciação do professor e dos colegas, por
ser um trabalho de digitação alguns alunos demonstraram dificuldades em
digitar, porém conseguiram, com auxílio de colegas concluir a tarefa.
A próxima ação foi
referente a crônica “Como as mulheres dominaram o mundo”, de Luis Fernando
Veríssimo. Iniciamos os trabalhos com atividades de pré-leitura, leitura e
dramatização da crônica, seguido de estudo e discussão do texto, as colocações
dos alunos foram muito pertinentes. Após as discussões propusemos aos alunos
uma produção textual baseando-se nas seguintes problemáticas:
- Você acredita que as
mulheres realmente querem dominar o mundo? Por quê?
- Acha que é possível que essa dominação aconteça? Por quê?
Respondendo
a estas perguntas produziram um texto argumentativo, apresentando os argumentos
favoráveis a sua opinião. Alguns alunos tiveram um pouco de dificuldades em
produzir o texto argumentativo, mas foi feito uma explicação de como se produz
esse tipo de texto, sanando, assim, as dificuldades dos educandos. Por fim levamos os alunos para a digitação dos textos no laboratório de
informática, para a leitura dos textos e reestruturação/refacção com o
professor e os colegas usando os textos em forma de slides na TV Pendrive, onde
os alunos mantiveram uma postura de colaboração para melhorar os textos dos
colegas e até mesmo seus próprios textos.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este trabalho verificamos que,
muitas vezes, generalizamos quando dizemos que nossos alunos não gostam de ler
e percebemos que isso não condiz com a realidade. O estudante quando motivado,
lê. O que acontece é que nem sempre compreende o que lê, pois lhe falta
conhecimento de mundo e linguístico.
Outro
fator observado ao trabalharmos com duas turmas do período matutino e uma do
período vespertino é que esta tinha muito mais facilidade, principalmente com
as novas tecnologias, pois são na maioria do meio urbano e quase todos têm
computador em suas casas.
Percebemos
que nas aulas de leitura os textos devem ser explorados e é importante
respeitar as etapas de leitura. A prática de leitura não deve se restringir a
uma leitura rápida com o objetivo de realizar os exercícios. Os alunos quando
têm o seu conhecimento prévio ativado, refletem sobre o assunto e levantam
hipóteses, tendem a fazer uma leitura melhor.
O
professor de Língua Portuguesa precisa conhecer as concepções de leitura, pois
o que se vê ainda é, muitas vezes, um trabalho voltado apenas à localização de
informações. As aulas de leitura necessitam de planejamento, de escolha de
textos adequados. A leitura precisa ser uma preocupação de todos os educadores,
pois ler e compreender o que se lê auxilia o aluno em todas as áreas, pois o
trabalho com as estratégias de leitura não se limita à disciplina de Língua
Portuguesa. Elas podem ser utilizadas em todas as áreas para auxiliar a
formação de leitores autônomos e críticos.
Assim,
com a realização dessa implementação, pudemos perceber diferenças na prática de
leitura em sala de aula, pois muitos alunos foram além de ler textos
humorísticos e buscaram outras leituras para o seu enriquecimento intelectual,
tendo ma melhor compreensão dos textos e, consequentemente tiveram mais
subsídios para escrever. Entretanto, esse é um trabalho contínuo e os
resultados serão cada vez melhores a partir do momento que, realmente, a
concepção de leitura interacionista seja incorporada e que o aluno utilizando
as estratégias de leitura se torne um leitor autônomo.
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[2] Orientadora PDE.
Professora Adjunta na UNIOESTE – campus Cascavel. Email: greicecastela@yahoo.com.br