quinta-feira, 21 de novembro de 2013



SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS





PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE


Ficha de Identificação - Artigo Final
Professor PDE/2012
Título
Despertando o interesse dos alunos pela leitura e produção textual a partir de crônicas engraçadas

Autor
Eloir Wronski

Escola de Atuação
Colégio Estadual Padre Anchieta – EFM

Município da Escola
Salgado Filho

Núcleo Regional de Educação
Francisco Beltrão

Professor Orientador
Greice da Silva Castela

Instituição de Ensino Superior
Unioeste

Disciplina/Área de ingresso no PDE
Língua Portuguesa

Resumo: (de 100 a 250 palavras, fonte Arial, tamanho 10 e espaçamento simples).
Este artigo é fruto de nossa participação no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), do governo do Estado do Paraná. O objetivo é apresentar o trabalho realizado em aulas de Língua Portuguesa em três oitavos anos do Ensino Fundamental: dois no período matutino e um no período vespertino em um colégio da rede estadual de ensino em Salgado Filho, Paraná, a fim de desenvolver nos estudantes estratégias de leitura para melhorar sua compreensão leitora. Para isso, foi utilizada uma unidade didática, que elaboramos, intitulada “Despertando o interesse dos alunos pela leitura e produção textual a partir de crônicas engraçadas”, contendo cinco crônicas, sendo duas de Fernando Sabino e três e Luis Fernando Veríssimo. O gênero contemplado nesse material aborda a necessidade do uso do humor em sala de aula como instrumento para a reflexão e compreensão do mundo que nos rodeia, buscando a interação com a realidade e a discussão com os colegas e o professor sobre o gênero em questão e também conhecerem as estratégias de leitura e fizeram uso delas para auxiliá-los na compreensão dos textos lidos.  Observou-se que, no decorrer da aplicação dos materiais produzidos na proposta didático-pedagógica os alunos demonstraram grande interesse em participar e desenvolveram as atividades propostas com êxito e satisfação, buscando sempre a cooperação com o professor e demais colegas. As tecnologias ajudam muito em focar o aluno nos conteúdos programáticos da disciplina.


Palavras-chave ( 3 a 5 palavras)
Crônicas engraçadas; leitura; escrita.


















































DESPERTANDO O INTERESSE DOS ALUNOS PELA LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL A PARTIR DE CRÔNICAS ENGRAÇADAS

Eloir Wronski[1]
Greice da Silva Castela[2]



RESUMO: Este artigo é fruto de nossa participação no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), do governo do Estado do Paraná. O objetivo é apresentar o trabalho realizado em aulas de Língua Portuguesa em três oitavos anos do Ensino Fundamental: dois no período matutino e um no período vespertino em um colégio da rede estadual de ensino em Salgado Filho, Paraná, a fim de desenvolver nos estudantes estratégias de leitura para melhorar sua compreensão leitora. Para isso, foi utilizada uma unidade didática, que elaboramos, intitulada “Despertando o interesse dos alunos pela leitura e produção textual a partir de crônicas engraçadas”, contendo cinco crônicas, sendo duas de Fernando Sabino e três e Luis Fernando Veríssimo. O gênero contemplado nesse material aborda a necessidade do uso do humor em sala de aula como instrumento para a reflexão e compreensão do mundo que nos rodeia, buscando a interação com a realidade e a discussão com os colegas e o professor sobre o gênero em questão e também conhecerem as estratégias de leitura e fizeram uso delas para auxiliá-los na compreensão dos textos lidos.  Observou-se que, no decorrer da aplicação dos materiais produzidos na proposta didático-pedagógica os alunos demonstraram grande interesse em participar e desenvolveram as atividades propostas com êxito e satisfação, buscando sempre a cooperação com o professor e demais colegas. As tecnologias ajudam muito em focar o aluno nos conteúdos programáticos da disciplina.

Palavras-chave: Crônicas engraçadas. Leitura. Produção Textual.

1.    INTRODUÇÃO

            Este artigo conclui a nossa participação no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). Neste período, inseridos no programa, dedicamo-nos à leitura de teóricos que abordassem em suas obras questões sobre o ensino da leitura e o uso de crônicas engraçadas em sala de aula, buscando estratégias para incentivar o gosto e o hábito pela leitura. Assim, o objetivo é apresentar o trabalho realizado com três oitavos anos Ensino Fundamental: dois no período matutino e um no período vespertino em um colégio da rede estadual de ensino em Salgado Filho, Paraná, a fim de desenvolver nos estudantes estratégias de leitura para melhorar sua compreensão leitora.
          Percebe-se que o professor de Língua Portuguesa, em seu trabalho diário, vem encontrando inúmeras dificuldades na prática da leitura. Os alunos pouco lêem e o que lêem não se refere somente à leitura prazer. O problema encontra-se desde a leitura de um mero enunciado em que se pode perceber que o aluno decodifica, porém não compreende e, portanto, não é capaz de resolver a atividade. Assim, o objetivo desse trabalho foi produzir um material-didático que abordasse a prática da leitura, usando como meio as crônicas engraçadas de Fernando Sabino e Luis Fernando Veríssimo, pois precisamos transformar nossos alunos em leitores autônomos “capazes de aprender a partir dos textos” (SOLÉ, 1998, p.72). E uma forma de ajudá-los a adquirir essa autonomia é através das estratégias de leitura. Sendo estas, o objetivo principal desse trabalho.
            Uma das formas de desenvolver esse trabalho nas aulas de leitura é, segundo Solé (1998), trabalhar as etapas de leitura: pré-leitura, leitura e pós-leitura. A pré-leitura é caracterizada com as atividades que o professor promove para despertar o interesse dos alunos pelo texto que será lido, como questionamentos sobre o assunto do texto e contextualização do texto com a realidade do educando. A leitura é o momento no qual o leitor interage com o texto construindo sentidos. Por fim, a pós-leitura é o momento em que o leitor emite seu ponto de vista sobre o assunto lido, responde questões de compreensão leitora e realiza produção textual. Esta é uma divisão didática, pois nada impede que uma atividade realizada antes possa ser realizada também durante a leitura ou depois.
            Pensando nessas questões, elaboramos e aplicamos a produção-didática: “Despertando o interesse dos alunos pela leitura e produção textual a partir de crônicas engraçadas”, na qual trabalhamos com cinco crônicas engraçadas envolvendo varias temáticas, pois se acredita que, sendo a crônica engraçada, um texto curto, baseado em fatos do cotidiano e tendo como pano de fundo o humor, os discentes se interessem mais pela leitura e assim se tornem leitores assíduos. Em todas as atividades realizadas com este gênero textual, procuramos ensinar aos alunos estratégias que os auxiliassem na compreensão dos textos.
            A fim de socializar a base teórica que sustenta este trabalho e relatar o trabalho realizado na escola e seus resultados, dividimos este artigo nos seguintes itens: a importância da leitura, objetivos da leitura na escola, bons leitores produzem textos com mais propriedade, o humor como mecanismo de ensino e aprendizagem, a leitura de crônicas e textos humorísticos em sala de aula, elaboração do material didático, relato sobre a implementação e considerações finais.

           2. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

            Infelizmente, em nossas escolas a leitura, muitas vezes, é deixada de lado para priorizar a escrita, o que acaba privando o aluno da busca pelo saber. Para Cagliari:

A atividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação dos alunos é a leitura. É muito mais importante saber ler do que saber escrever. O melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura. Se um aluno não se sair muito bem nas outras atividades, mas for um bom leitor, penso que a escola cumpriu em grande parte sua tarefa. Se, porém, outro aluno tiver notas excelentes em tudo, mas não se tornar um bom leitor, sua formação será profundamente defeituosa e ele terá menos chance no futuro do que aquele que, apesar das reprovações, se tornou um bom leitor (CAGLIARI, 1990, P. 148).


            De acordo com Cagliari, a leitura é fundamental para a formação dos alunos, pois é uma atividade de assimilação de conhecimento, de interiorização e principalmente de reflexão. Através dela o aluno tem acesso aos mais diversos assuntos que lhe permitem analisar os acontecimentos que o cercam. É o que afirma Riche (1994, p. 207), “O ato de ler abre novas perspectivas ao estudante permitindo-lhe posicionar-se criticamente diante da realidade”.
            A leitura propicia descobertas que levam o educando a interpretar o mundo e sua evolução, e por meio desta, forma o seu conceito da realidade. Como ressalta Cagliari,

Há um descaso enorme pela leitura de textos, pela programação dessa atividade na escola, no entanto, a leitura deveria ser a maior herança legada pela escola aos alunos, pois ela, e não a escrita, será fonte perene da educação, com ou sem a escola (CAGLIARI, 1990, p. 173).

            Portanto, a leitura não pode ser uma atividade secundária em sala de aula, a qual o(a) educador(a) e a escola não enfatizam para trabalhar problemas da escrita.
            Se o ato de ler não se desenvolve, talvez o aluno não esteja sendo desafiado a desenvolver suas potencialidades, pois a formação de leitores competentes leva a formação de escritores, já que a possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática da leitura, que nos fornece a matéria-prima para a escrita: o que escrever. Sendo assim, não haverá bons escritores se estes não forem bons leitores.
            A leitura e a escrita, práticas complementares fortemente relacionadas, são efetivadas por meio do texto, o qual implica, sobretudo, a compreensão e expressão de significados. É no texto que a linguagem-atividade humana, histórica e social, desempenha sua função interlocutora, dialógica. Ler o texto significa, pois, atribuir sentido àquilo que ele diz, mantendo com o autor um diálogo profícuo.
            Para Silva

A leitura ocupa, sem dúvida, um espaço privilegiado não só no ensino da língua portuguesa, mas também no de todas as disciplinas acadêmicas que objetivam a transmissão de cultura e de valores para as novas gerações. Isso porque a escola é, hoje e desde há muito tempo, a principal instituição responsável pela preparação de pessoas para o adentramento e a participação no mundo da escrita, utilizando-se primordialmente de registros verbais escritos (textos) em suas práticas de criação e recriação de conhecimentos. (SILVA, 2005, p.16)


            Diante do exposto, todos os professores de todas as disciplinas precisam priorizar a leitura, considerando que esta é o caminho principal para o desenvolvimento intelectual da criança em desenvolvimento de seus conhecimentos acadêmicos. A escola enquanto instituição social tem o papel de propiciar condições para que o aluno possa adquirir um conhecimento significativo. Isso se concretizará quando o professor assumir sua responsabilidade na formação de cidadãos com competência leitora.

        3. OBJETIVOS DA LEITURA NA ESCOLA
           
         Segundo as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná de Língua Portuguesa (DCE),

É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito ficará à margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de uma sociedade letrada (PARANÁ, 2008, p.48).


            A leitura deve constituir a captação de significados, numa crescente comunicação entre o leitor e o texto, levando o leitor a aprender, descobrir, reconhecer e utilizar os sinais da linguagem, no entanto, constata-se cada vez mais que os alunos do ensino fundamental não possuem hábitos de leitura. Raramente comentam o que leem com colegas ou professores, pois leem sem finalidades, e além do mais, a leitura vem sendo apresentada sob uma forma de opressão retirados das bibliotecas diariamente. Para Solé

Um dos múltiplos desafios a ser enfrentado pela escola é o de fazer com que os alunos aprendam a ler corretamente. Isto é lógico, pois a aquisição da leitura é imprescindível para agir com autonomia nas  sociedades letradas, e ela provoca uma desvantagem profunda nas pessoas que não conseguiram realizar essa aprendizagem (SOLÉ, 1998, p. 32).


            Dificilmente se encontram estudantes discutindo entre si, ou com professores, algum livro lido. E quando o fazem deixam-se levar por impressões subjetivas e emocionais para defender um ponto de vista, da moda, dos lugares comuns e do precioso, não sabendo distinguir entre impressões e realidade. Segundo Teril (1998, p. 28) “A leitura está tornando-se o modo de comunicação menos procurado e visto o mais ingrato de todos”. Para que isso venha a mudar é preciso que a escola se transforme num espaço de leitura prazerosa, desenvolvendo a compreensão do aluno frente a diversos tipos de textos. E para que isso ocorra o professor deve ser o mediador entre o leitor e o texto, contribuindo assim para a formação de leitores.
            Além disso, sem finalidades, dificilmente sabem por que leem, sendo comum encontrar jovens a ler um texto, em voz alta, com perfeita pronúncia e pontuação correta, mas se for solicitado para comentar sobre o lido, não são capazes. Essa pessoa, na verdade, não lê, pois ler não é decifrar, como nem um jogo de adivinhações, o sentido de um texto, e nem consiste na captação de significados, numa crescente comunicação entre o leitor e o texto, como nos coloca Cagliari (1990, p. 155), “Por leitura entende-se toda manifestação linguística que uma pessoa realiza para recuperar um pensamento formulado por outra e coloca em forma escrita”.
            Outro equívoco frequente é a leitura sob forma opressora, estática, mecânica, fragmentada e isolada da realidade. Por isso, raramente se encontram alunos numa biblioteca, e quando se encontram é para a aprendizagem, pois é sabido que as pesquisas não passam de cópias de trechos de algum livro. Não são capazes de, a partir de uma pesquisa, atribuir-lhe uma significação, não relacionando o conteúdo lido com a realidade e, consequentemente, não conseguindo integrar-se às leituras, rebelando-se contra ela, pois não conseguem posicionar-se diante do problema. Para Cagliari (1990, p. 148), “A leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. A maioria do que se deve aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola. A leitura é uma herança maior do que qualquer diploma”.
            Dessa forma, somos levados a acreditar que o nosso aluno, precisa aprender o prazer da leitura para adquirir o hábito de ler e precisa querer sentir necessidade de decifrar o meio através da leitura para torná-la viável como um processo de relação entre o domínio da mecânica e do pensamento, selecionando o que lhe permita inúmeras experiências, como falar, observar, experimentar, registrar e principalmente viver com intensidade e satisfação. É importante salientar que os primeiros contatos com a leitura são fundamentais para a criação do hábito de leitura, ou seja, do bom um leitor para vida inteira.

4. BONS LEITORES PRODUZEM TEXTOS COM MAIS PROPRIEDADE

De acordo com as DCE, “No ato de leitura, um texto leva a outro e orienta para uma política de singularização do leitor que, convocado pelo texto, participa da elaboração dos significados, confrontando-o com o próprio saber, com a sua experiência de vida.” (PARANÁ,2008, p. 57). Assim, a escola por ser um ambiente social deve proporcionar condições para que os alunos possam interagir e experimentar situações que desenvolvam sua capacidade de comunicação,  seja no discurso oral ou escrito.
O professor deve organizar ações que desenvolvam o senso crítico e reflexivo do aluno, motivando-o para a leitura. É fundamental a escolha de textos que abordem temas que ampliem o universo cultural, com também, os valores humanos. Nesse sentido, o gênero textual crônica engraçada  possibilita análises e discussões interessantes, por se tratar de um gênero que aborda temas do cotidiano. As crônicas engraçadas podem, ainda, despertar o prazer de ler nos alunos, sendo assim a exploração deste gênero pode constituir uma forma de ação social, portanto, condizente com uma concepção sociodiscursiva do ensino da Língua Portuguesa. Quanto mais domínio os alunos tiveram sobre os mais variados gêneros textuais, mais competência terão para produzirem textos nesses gêneros.
A leitura é fundamental para a formação dos alunos, é uma atividade de assimilação de conhecimento, de interiorização e principalmente de reflexão. Escola e professor têm uma tarefa árdua todos os dias, o desafio de levar os alunos a adquirir o hábito de leitura, de fazer com que eles sintam a necessidade e o prazer de ler, assim o processo de assimilação, de conhecimento, de interiorização e de reflexão se concretizará de modo prazeroso.
Para que tal processo se concretize devem-se buscar estratégias, infelizmente é cultural o fato dos alunos não gostarem de ler textos longos, assim, as atividades a partir das crônicas vêm ao encontro; textos curtos, temas do cotidiano, linguagem atual e quando com ingredientes que destaca o humor o interesse e a aprendizagem tornam-se motivadores, pois para Solé (1998) as situações de leitura mais motivadoras também são as mais reais, aquelas em que a criança lê para se libertar, para sentir o prazer de ler.
Portanto, pode-se afirmar que para despertar o interesse dos alunos pela leitura e produção textual é necessário o prazeroso e o motivador, levando ao desenvolvimento do raciocínio e a reflexão, formando assim o pensamento crítico.
Nos dias atuais, a comunicação é rápida, com novas organizações de mensagens verbais e não verbais e exige do aluno o domínio de diferentes linguagens. O professor de Língua Portuguesa enfrenta um grande desafio em sala de aula que é despertar o interesse  pela leitura. Diante das dificuldades vivenciadas pelos alunos para a realização de leitura e produção de textos, observa-se a necessidade de novas metodologias de ensino para despertar no educando o gosto pela leitura, para isso, é o professor que deve ser o mediador entre o leitor e o texto, ação que contribuirá para a formação de bons leitores.
A leitura é um instrumento valioso para a apropriação de conhecimentos do mundo exterior do aluno e de seu autoconhecimento. Devido à necessidade de leitura e compreensão, todos os professores de todas as disciplinas devem priorizar a leitura, considerando que este é o caminho para o desenvolvimento intelectual.
Neste processo de ensino aprendizagem é fundamental que o professor faça o planejamento das aulas com responsabilidade, para apresentar ao aluno experiências que desenvolva seu raciocínio através da leitura e escrita. A utilização de textos humorísticos é um rico gênero que poderá contribuir para a formação de um cidadão crítico, o qual desenvolve habilidades de raciocínio por meio de situações prazerosas e motivadoras ao aluno.
          Na revista Nova Escola Online (revistaescolaabril.com.br) Rodrigo Ratier comenta:

No Brasil, um em cada dez brasileiros com 15 anos ou mais não sabe ler e escrever. Uma vergonha que encobre outras realidades não tão evidentes, mas igualmente dramáticas. Como o fato de que dois terços da população entre 15 e 64 anos é incapaz de entender textos longos, localizar informações específicas, sintetizar a ideia principal ou comparar dois escritos. O problema não é reflexo apenas de baixa escolarização: segundo dados do Instituto Paulo Montenegro, ligado ao Ibope, mesmo considerando a faixa de pessoas que cursaram de 5ª a 8ª série, apenas um quarto delas é plenamente alfabetizado. A conclusão é que, na escola, os alunos aprendem a ler - mas não compreendem o que leem.

            Apesar de vivermos em um país que não apoia a leitura com estratégias que busquem reduzir o custo de boas obras ou até de leituras cotidianas (revistas, jornais...) os professores e alguns governos estão em constante formação e apresentação de projetos que visam estimular o prazer pela leitura e mostrar que é por meio dela que conseguiremos ser cidadãos conscientes em nossa sociedade.
            Toda escola pública comprometida com a qualidade do processo ensino aprendizagem precisa garantir às crianças, aos jovens e aos adultos o domínio de competências de leitura e escrita necessárias para a participação autônoma nas diferentes práticas sociais.
            A escola deve se preocupar principalmente, com o ensino da modalidade escrita; embora não deva ignorar a oralidade.  Como afirma Marcuschi, “já se cuida mais da presença de uma maior diversidade de gêneros, de um tratamento mais adequado da oralidade e da variação linguística, bem como de um tratamento mais claro da compreensão” (MARCUSCHI, 2008, p. 53).
            Nesse contexto, a produção de textos orais e escritos é fundamental no estudo da Língua Portuguesa. As atividades de produção de texto precisam fazer sentido para os alunos e devem basear-se em situações contextualizadas.
            Ainda segundo Marcuschi,

Se a escola tem como missão primária levar o aluno a bem se desempenhar na escrita, capacitando-o a desenvolver textos em que os aspectos formal e comunicativo estejam bem conjugados, isto não deve servir de motivo para ignorar os processos da comunicação oral (MARCUSCHI, 2008, p. 53).

            Ao desenvolver um texto escrito, o aluno, faz as vezes do falante e do ouvinte concomitantemente. Ensinar os fatos e o funcionamento da língua por meio do texto é uma forma natural de acesso à língua. Na escola, o texto deve ser objeto de ensino e aprendizagem. É necessário trazer para dentro da sala de aula as práticas cotidianas, as situações reais de comunicação, que despertem no aluno o desejo e a necessidade de participar e de se fazer presente por meio da leitura e da escrita, criando situações em que a escrita tenha função social.
            Não basta o aluno produzir para unicamente mostrar o que sabe e o professor avaliar. É preciso que o aluno tenha clareza do contexto da situação comunicativa, que sua escrita tenha uma função social, não seja simplesmente escrever por escrever, somente para obter nota. E essa prática requer um trabalho planejado pelo professor, e sua atuação e mediação são essenciais.
            Nesse sentido, Kaufman e Rodríguez afirmam que,

os leitores não se formam com leituras escolares de materiais escritos elaborado expressamente para a escola com a finalidade de cumprir as exigências de um programa. Os leitores se formam com a leitura de diferentes obras que contêm uma diversidade de textos que servem, como ocorre nos contextos extra-escolares, para uma multiplicidade de propósitos (informar, entreter, argumentar, persuadir, organizar atividades, etc.) (KAUFMAN & RODRÍGUEZ, 1995, p.21).     

            Na escola a escrita precisa ser valorizada, contextualizada e cumprir uma função social para não se tornar um mero exercício para preencher o tempo e os alunos não a entenderem como privilégio de alguns.
            A forma de propor atividades com a escrita interfere de modo significativo nos resultados alcançados. De acordo com as DCE, “é desejável que as atividades com a escrita se realizem de modo interlocutivo, que elas possam relacionar o dizer escrito às circunstâncias de sua produção, isso implica o produtor do texto assumir-se como locutor” (PARANÁ, 2008, p.70).

     5. A LEITURA DE CRÔNICAS E TEXTOS HUMORÍSTICOS EM SALA DE AULA
           
          A leitura é fundamental para a construção do sujeito crítico, para a sua formação enquanto indivíduo de deveres e direitos, participante de uma sociedade complexa. A leitura de um texto implica na leitura de mundo: o texto e o contexto. Leitor crítico é aquele que realiza inferências, analogias, que apresenta conhecimentos prévios.
Leffa, ao propor uma definição de leitura, afirma que:
A leitura é um processo, feito de múltiplos processos, que ocorrem tanto simultânea como sequencialmente; esses processos incluem desde habilidades de baixo nível, executadas de modo automático na leitura proficiente, até estratégias de alto nível, executadas de modo consciente.(LEFFA, 1996, p. 17 – 18)


A leitura que não vai além da simples decodificação, dá lugar a leituras dispensáveis, pois não modifica a visão do aluno em nada. O aluno precisa ter a intenção de ler determinado texto, pois a leitura não é uma prática isolada, sem objetivos, descontextualizada. Sendo assim, as crônicas de humor busca, de maneira divertida, refletir fatos da realidade em que os educandos estão inseridos, facilitando a aprendizagem e consolidando o gosto pela leitura.
Para Solé (1998, p. 91), “as situações de leitura mais motivadoras também são as mais reais, aquelas em que a criança lê para se libertar, para sentir o prazer de ler”. Neste caso, é importante iniciar o trabalho com textos humorísticos desde o ingresso da criança em sala de aula, aprofundando no decorrer de sua vida escolar.
O professor tem que ser o mediador entre o texto e o aluno, estabelecendo para ele, a princípio, estes objetivos, fazendo interferências oportunas para suprir a defasagem do conhecimento prévio, fazendo analogias e apresentando o contexto para o aluno, por meio do diálogo e das estratégias bem fundamentadas de leitura.
Kleiman (2004) mostra que alguns textos, inicialmente incompreensíveis, só são possíveis de serem compreendidos quando o conhecimento prévio é ativado. A autora salienta que, nesse caso, o texto permanece o mesmo, o que ocorre é uma modificação na compreensão ocasionada pela ativação do conhecimento já adquirido, isto é, "devido à procura na memória (que é nosso repositório de conhecimentos) de informações relevantes para o assunto, a partir de elementos formais fornecidos no texto". (KLEIMAN 2004, p.22)
A escolha do texto que vai ser trabalhado e dos objetivos a serem atingidos, deve ser primorosa quando se tem em vista, especialmente o estímulo à leitura, o despertar do aluno para a leitura, a sedução do mesmo para o universo da literatura e da escrita. Nesse sentido, a utilização do texto humorístico pode contribuir muito para a formação de um cidadão crítico, pois constitui importante auxiliar no desenvolvimento das habilidades de raciocínio, através de situações prazerosas e motivadoras.
O humor inteligente leva o indivíduo a realizar inferências, comparar, confrontar, formular hipóteses, buscando refletir sobre as causas motivadoras do riso. Portanto, a utilização do texto humorístico pode contribuir muito para a formação de um leitor crítico, lendo e escrevendo com mais desenvoltura. Além disso, desenvolve habilidades de raciocínio, através de situações prazerosas e motivadoras.
Quando a intenção é despertar o aluno, os textos humorísticos são a melhor estratégia. Segundo Raths (1977), o professor deve oferecer às crianças, atividades, cujo objetivo seja fazer anotações, descrever e comparar. Portanto, o texto cômico, especialmente as crônicas de humor, por suas características de leveza e concisão, podem ser as grandes facilitadoras desse trabalho, levando o aluno a raciocinar em torno de uma leitura crítica da realidade.
Por meio de discussões, comentários, analogias e inferências, ele vai construindo também noções eficazes dos procedimentos de leitura e escrita. É preciso começar com textos que o despertem para a leitura e, ao mesmo tempo, lhe estimule a reflexão. Quanto à motivação para os textos de estrutura mais complexa, acontecerá de forma natural, se o caminho feito a partir das crônicas e textos de humor tiver atingido o seu objetivo, permitindo que o trajeto da leitura escolar seja percorrido de forma estimulante e prazerosa.
Ao iniciar as leituras por textos engraçados, é possível fazer com que os alunos se interessem em buscar novas leituras, buscando o prazer através dos livros e outros meios que oferecem este tipo de experiência. Sendo assim o ser humano é inteligente e curioso,  saciando a sua curiosidade por meio da leitura e cabe ao professor e a escola despertar essa curiosidade nos alunos para torná-los leitores assíduos e críticos para o resto de suas vidas.

          6. ELABORAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO

Elaboramos uma unidade didática com a intenção de possibilitar aos professores do oitavo ano do ensino fundamental um roteiro de exploração didática de leitura e escrita de algumas crônicas engraçadas de Fernando Sabino e Luis Fernando Veríssimo, de modo a possibilitar aos alunos conhecer e interagir no mundo da ficção que se mescla à realidade, gerando novas possibilidades de compreensão e de uma postura crítica frente às ideologias e valores que movem a sociedade atual.
Nossa meta principal é desenvolver nos alunos, leitores em formação, a capacidade de leitura e compreensão de textos engraçados que se relacionam com o cotidiano do educando. As crônicas engraçadas possibilitam isso, desenvolvendo a criticidade dos educandos a partir de uma leitura prazerosa.
Para as DCE, a literatura, como produção humana, está intrinsecamente ligada à vida social. O entendimento do que seja o produto literário está sujeito a modificações históricas, portanto, não pode ser apreensível somente em sua constituição, mas em suas relações dialógicas com outros textos e sua articulação com outros campos: o contexto de produção, a crítica literária, a linguagem, a cultura, a história, a economia, entre outros (PARANÁ, 2008).
Sendo a leitura um ato dialógico, o leitor tem papel ativo nesse processo. Ele precisa aprender o sentido do texto, não basta decifrar as palavras, é necessário haver a compreensão do significado das mesmas, visto que, ler é, acima de tudo, compreender.
 Ao primeiro contato com um texto, por mais simples que ele pareça, normalmente o leitor confronta-se com a dificuldade de “encontrar unidade por trás de tantos sentidos que ocorrem na superfície” (FIORIN, 1996, p.35). Portanto, há a necessidade de se desenvolver um percurso partindo dos significados superficiais para significados cada vez mais abstratos e profundos. E, ainda, segundo o mesmo autor: “o leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou, o que é pior, pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse” (FIORIN, 2007, p.241).
Todavia, para haver essa compreensão semântica dos signos linguísticos também são fundamentais alguns conhecimentos prévios do leitor – como vocabulário, conceitos sobre texto, acervo pessoal do leitor... Dessa forma, utilizando esses diversos tipos de conhecimento, consegue-se uma leitura satisfatória, pois se alcança a compreensão daquilo que lê.
Para Citelli, autor que sinaliza a função de mediação que as palavras comportam, nós “iremos viver e aprender em contato com outros homens, mediados pelas palavras que irão nos informar e formar. As palavras serão por nós absorvidas, transformadas e reproduzidas, criando um circuito de formação e reformulação de nossas consciências” (CITELLI, 2001, p.28).
Para acontecer formação, transformação e reformulação de nossas consciências a partir de leituras é necessário que o leitor seja comprometido com aquilo que lê, isto é, ele precisa manter um posicionamento crítico acerca do que lê, não apenas passivo. Posto que, nesse âmbito, o leitor consegue ser tocado pela leitura.
Percebemos assim, que a leitura é um processo interativo e instrumento essencial para levar o ser humano a entender e modificar o mundo em que vive.

          7. RELATO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO          

A implementação ocorreu com três turmas de oitavos anos do Ensino Fundamental, totalizando 87 alunos. Duas turmas no período matutino e uma turma no período vespertino. Os trabalhos foram realizados durante os meses de março e abril de 2013, utilizando quatro aulas semanais em cada uma das turmas em que a implementação foi realizada, totalizando trinta aulas.
            Quando se iniciou o primeiro semestre de 2013, tanto os alunos da 8º A e 8ºB (matutino) quanto os alunos da 8º C (vespertino) foram informados sobre o projeto e de como seu desenvolvimento aconteceria. Após quinze dias de convivência, demos início ao trabalho utilizando a produção didático-pedagógica “Despertando o interesse dos alunos pela leitura e produção textual a partir de crônicas engraçadas”.
            A primeira ação foi um panorama realizado pelo professor aos alunos sobre crônica e sobre humor. Depois estes foram encaminhados ao laboratório de informática para pesquisa sobre esse assunto e usando o laboratório assistimos no you tube um vídeo com entrevista de escritores. Em seguida retornamos à sala de aula e promovemos uma discussão sobre o assunto pesquisado e o vídeo assistido. Percebemos que a grande maioria dos alunos gosta muito de frequentar o laboratório de informática e ler textos engraçados, porém muitos educandos em dificuldades em manusear as tecnologias.
            Quando indagados sobre “O que é ler?”, a maioria dos alunos disse que ler é adquirir conhecimento. Comentamos sobre o que é ler, apresentamos-lhes o conceito de estratégias de leitura e lhes explicamos como seria o nosso trabalho.
            O próximo passo iniciou-se com uma atividade de pré-leitura da crônica “Flagelo do Vestibular” de Luis Fernando Veríssimo, com o objetivo de fazer uma introdução dessa crônica. Verificamos que as atividades de pré-leitura despertam no aluno o interesse pela leitura. Em seguida realizamos a leitura e a dramatização desta crônica, e nos surpreendemos com a criatividade dos alunos nas apresentações.  Voltamos ao laboratório de informática para pesquisar a vida e a obra do autor, onde se observou que os alunos se detêm mais em uma pesquisa usando as tecnologias. E para finalizar foi feito um estudo da crônica e uma produção de uma crônica humorística. Observamos que esta crônica não é muito apropriada para ser trabalhada nos oitavos anos, pois o vestibular está ainda longe da realidade destes alunos.
            A próxima ação foi trabalhar com atividades de pré-leitura sobre o tema da crônica e leitura silenciosa do texto “O povo” de Luis Fernando Veríssimo, fazendo uma reflexão e um debate sobre este tema, observando os recursos estilísticos usados no texto como: ironia, humor, linguagem visual e feito um estudo da crônica e uma produção textual, onde os alunos se dedicaram, pois a crônica fala sobre a realidade de muitos.
            Em seguida foi feito a troca dos textos entre os alunos para correções e sugestões, voltando os textos aos seus autores para reestruturação, observando as correções e sugestões dos colegas, propiciando aos alunos a interação entre eles e, sendo assim, a seriedade com que os educando sugeriram e aceitaram as sugestões dos colegas, melhorando ainda mais suas produções. Feitas as correções encaminhamos os alunos para o laboratório de informática para a digitação dos textos em slides., onde alguns alunos sentiram dificuldades em fazer os slides, mas tiveram a ajuda de seus colegas, conseguindo assim todos concluírem com seu trabalho. Voltando a sala de aula foi feita a refacção textual com o professor e os colegas usando a TV Pendrive, onde todos os educandos contribuíram com sugestões nos textos dos colegas e até mesmo nos próprios textos.
            Em outra atividade, trabalhamos com as crônicas “Como comecei a escrever” e “A última crônica”, de Fernando Sabino. O primeiro passo dessa atividade foi levar os alunos ao laboratório de informática para pesquisar sobre a vida e a obra do autor, por ser um trabalho de pesquisa no laboratório de informática os alunos se dedicaram muito na pesquisa. Em seguida realizamos atividades de pré-leitura sobre o assunto das crônicas e leitura das mesmas. Dividimos a sala em pequenos grupos de alunos para ler novamente a crônica e escolher um parágrafo em que o cronista mexeu com suas emoções para apresentar e discutir com os demais colegas.
            Dando continuidade aos estudos das crônicas fizemos questionamentos e debates sobre os textos e solicitamos produção textual e depois este foi trocado entre os colegas para que pudessem fazer as correções e sugestões pertinentes, sendo a ideia bem acatada e levada a sério pelos alunos. Em seguida digitaram-se os textos, usando a sala de informática, dispondo-os no compartilhamento público para a reestruturação com o professor e os colegas. Enfim foram lidos os textos para a apreciação do professor e dos colegas, por ser um trabalho de digitação alguns alunos demonstraram dificuldades em digitar, porém conseguiram, com auxílio de colegas concluir a tarefa.
A próxima ação foi referente a crônica “Como as mulheres dominaram o mundo”, de Luis Fernando Veríssimo. Iniciamos os trabalhos com atividades de pré-leitura, leitura e dramatização da crônica, seguido de estudo e discussão do texto, as colocações dos alunos foram muito pertinentes. Após as discussões propusemos aos alunos uma produção textual baseando-se nas seguintes problemáticas:
- Você acredita que as mulheres realmente querem dominar o mundo? Por quê?
- Acha que é possível que essa dominação aconteça? Por quê?
           Respondendo a estas perguntas produziram um texto argumentativo, apresentando os argumentos favoráveis a sua opinião. Alguns alunos tiveram um pouco de dificuldades em produzir o texto argumentativo, mas foi feito uma explicação de como se produz esse tipo de texto, sanando, assim, as dificuldades dos educandos. Por fim levamos os alunos para a digitação dos textos no laboratório de informática, para a leitura dos textos e reestruturação/refacção com o professor e os colegas usando os textos em forma de slides na TV Pendrive, onde os alunos mantiveram uma postura de colaboração para melhorar os textos dos colegas e até mesmo seus próprios textos.

          8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
             
            Com este trabalho verificamos que, muitas vezes, generalizamos quando dizemos que nossos alunos não gostam de ler e percebemos que isso não condiz com a realidade. O estudante quando motivado, lê. O que acontece é que nem sempre compreende o que lê, pois lhe falta conhecimento de mundo e linguístico.
            Outro fator observado ao trabalharmos com duas turmas do período matutino e uma do período vespertino é que esta tinha muito mais facilidade, principalmente com as novas tecnologias, pois são na maioria do meio urbano e quase todos têm computador em suas casas. 
            Percebemos que nas aulas de leitura os textos devem ser explorados e é importante respeitar as etapas de leitura. A prática de leitura não deve se restringir a uma leitura rápida com o objetivo de realizar os exercícios. Os alunos quando têm o seu conhecimento prévio ativado, refletem sobre o assunto e levantam hipóteses, tendem a fazer uma leitura melhor.
            O professor de Língua Portuguesa precisa conhecer as concepções de leitura, pois o que se vê ainda é, muitas vezes, um trabalho voltado apenas à localização de informações. As aulas de leitura necessitam de planejamento, de escolha de textos adequados. A leitura precisa ser uma preocupação de todos os educadores, pois ler e compreender o que se lê auxilia o aluno em todas as áreas, pois o trabalho com as estratégias de leitura não se limita à disciplina de Língua Portuguesa. Elas podem ser utilizadas em todas as áreas para auxiliar a formação de leitores autônomos e críticos.
            Assim, com a realização dessa implementação, pudemos perceber diferenças na prática de leitura em sala de aula, pois muitos alunos foram além de ler textos humorísticos e buscaram outras leituras para o seu enriquecimento intelectual, tendo ma melhor compreensão dos textos e, consequentemente tiveram mais subsídios para escrever. Entretanto, esse é um trabalho contínuo e os resultados serão cada vez melhores a partir do momento que, realmente, a concepção de leitura interacionista seja incorporada e que o aluno utilizando as estratégias de leitura se torne um leitor autônomo.

REFERÊNCIAS

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SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.


ENDEREÇOS ELETÔNICOS
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<http://pt.wikipedia.org/wiki/Napalm>. Acesso em 30 out. 2012.
<http://intervox.ufrj.br/~jobis/s-ult.html>. Acesso em 30 out. 2012.
<http://pensador.uol.com.br/frase/Mzk4NDI1/>. Acesso em 30 out. 2012.





[1]  Professora PDE. Email: eloiorwronski@seed.pr.gov.br
[2] Orientadora PDE. Professora Adjunta na UNIOESTE – campus Cascavel. Email: greicecastela@yahoo.com.br

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