segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O humor na escola



O HUMOR COMO MECANISMO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
            O riso sempre esteve presente no cotidiano das pessoas, seja nas piadas contadas entre amigos, seja em determinada situação engraçada, ou às vezes nem tanto, vivida por uma pessoa, e que foi motivo de sarro para outras. De todos os animais, somente o homem, ri, e fora o riso espontâneo das crianças, para citar Paes em Konzen, a capacidade de rir está ligada intimamente à capacidade de pensar, privativa do homem, único animal racional (PAES, 1993 apud KONZEN, 2002, p.47). Ou seja, o homem não só é capaz de rir, como também é o único com condições de tomar consciência de por que o faz. Assim, é capaz de rir, até mesmo das próprias mazelas, sempre encontrando um jeito bem humorado para lidar nas mais difíceis situações. O riso funcionaria como uma espécie de contra ponto ao que está acontecendo. Uma forma de se dizer que algo não deveria ser de determinada forma, e que de alguma maneira, fugiu à normalidade, senão, não haveria motivo para rir.
O humor inteligente leva o indivíduo a inferir, comparar, confrontar e formular hipóteses, não é simplesmente o riso pelo riso, mas aquilo que motivou a rir. Então, a afirmação de que a comédia é inferior à tragédia, além de suscitar uma ideologia contrária ao pensamento crítico das pessoas, é infundada. A utilização do texto humorístico pode contribuir muito para a formação de um cidadão crítico. Além disso, desenvolve habilidades de raciocínio, através de situações prazerosas e motivadoras. Neste caso, é necessário que o professor proporcione experiências voltadas para o desenvolvimento do raciocínio.
O trajeto histórico, no entanto, mostra que a comédia não desfruta do mesmo prestígio da tragédia. Enquanto esta possui heróis e narra fatos heroicos, aquela se ocupa de acontecimentos burlescos e de cidadãos comuns. Na comédia, o senso crítico do indivíduo revela-se por meio do riso, deixando-o mais próximo da realidade dos fatos; ao contrário, a tragédia mexe com a sua emoção. Logo, pode-se dizer que o riso é uma manifestação do pensamento crítico, só ri quem consegue compreender e analisar uma dada situação e o que ela sugere.
Para Solé (1998, p. 91), as situações de leitura mais motivadoras também são as mais reais, aquelas em que a criança lê para se libertar, para sentir o prazer de ler. Neste caso, é importante iniciar o trabalho com textos humorísticos desde o ingresso da criança em sala de aula, aprofundando no decorrer de sua vida escolar.

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